sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CHEIROS. PICOS E MORTE

Entre picos e cheiros
Cheirosas picadas ressoam
Nas horas embriagantes
Em desajustadas pessoas

Tem crack e tem outras drogas
Nos trazendo infelicidades
Vamos lutar contra isso
Nos bairros de nossas cidades

Entre muitos picos e cheiros
Picadas cheirosas virão
Picadas e cheiros nas veias
Horrores nas teias trarão

O gozo do pico e do cheiro
Que chega trazendo algo novo
Tem o efeito de um passageiro
Viajando na casca de um ovo

Diga não a todas as drogas
Cheiro e picadas jamais
Afirme: Não quero e não fico
Demente e muito incapaz

Nunca seja picado e nem cheire
Continue sendo um forte
Esses males que são tão terríveis
Pode nos levar a morte

autoria:Josue Ramiro Ramalho

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Trem da Minha Terra

O TREM DA MINHA TERRA

A linha do trem que passava
Na minha cidade nordeste
Naquele ponto pegava ou largava
Nossa gente cabra da peste
Devagar quase correndo
Pela noite ou pelo dia
Ali parava sempre parava
Deixando gente ou mercadoria
Era o trem Maria Fumaça
Muito elegante de se ver
Buzinava chegando mansinho
Querendo me separar de você
Tempo! mas que tempo bom aquele
Nossa vida era bem mas segura
O trem desviando dos morros
Satisfazendo nossas aventuras
Quando o trem ia chegando
Dentro daquela cidadezinha
Nossa gente vinha festejando
Transbordantes de alegrias
Hoje os trens desapareceram
Pois algum progresso chegou
Trazendo outras dificuldades
Arrematando tudo aquilo que restou
Pelo asfalto, na água ou no ar
Onibus, navios, aviões e carretões
Nosso trem naquele tempo
Transportava muitas emoções
Mas o progresso que chegou
Impregnando a população
Aquela vida pacata modificou
Com o fantasma da corrupção
Esta palavra inda estranha
Para nós outros, desconhecida
Depois ganhou forma tamanha
Chaga que se fez ferida
Temos saudades dos tempos
Quando ali tudo era bonança
Pois o trem quando chegava
Trazia paz, amor e esperança!



Josue Ramiro Ramalho

domingo, 9 de outubro de 2011

Descoberta

Um dia

Um velho poeta sonhador

Olhando para dentro de seu mais recôndito íntimo

Concluiu:

A terra azul é tão bela

As flores são tão lindas que a todos encantam

As aves no ceu dão um ar de tamanha graça

Que nós sentimos vontade de voar tambem

As crianças são os olhos da verdade

E Deus mora dentro de cada uma delas

As mulheres trazem o encanto que o homem precisa

Para se tornar eficaz

E eu ?

Perdido no turbilhão das incertezas, das injustiças

Das injúrias e das falsidades,

Sinto-me por vezes tão só!

Solitário como o badalo do sino

Que só tem utilidade

Com o repicar do chamamento dos fiéis à devoção

Aí sua consciência obstinada lhe respondeu sorridente...

Oh! grande e sábio mestre das verdadeiras poesias

Sois pois e sempre fostes, o "tudo e o nada";

Sois a descoberta do que é real e do irreal;

Sois o sábio

Que a humanidade jogou na sarjeta rejeitando-o

Como se faz com a luminosidade do sol

Quando se constrói uma parede

E mesmo assim

O seu brilho continua irradiando-se por todos os lugares;

Sois a verdadeira face do equilíbrio poetico;

Tens a destreza de descobrir que o belo existe;

Então se figura em sua fronte

Um sol tão radiante

Que somente os grandes sábios

Com os olhos da verdade, poderão enxergar

Sois pois

O "eu" na terra!





Josue Ramiro Ramalho

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Idioma Nordestenês

NO NORDESTE SE FALA ASSIM:

O Nordeste é excelente
Tem um jeito diferente
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, Tá Enguiçado
É assim que a gente fala
Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
E coisa ruim é Peba

Cisco no olho é Argueiro
O sovina é Pirangueiro
Enguiçar é Dar o Prego
Fofoca aqui é Fuxico
Desistir, Pedir Penico
Lugar longe é Caxaprego
Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Qualquer botão é Pitoco
E confusão é Arenga

Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Palavrão é Nome Feio
Agonia é Aperreio
E metido é Amostrado
O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois ele é peculiar
É bonito, é Arretado

E é nosso dialeto
Sendo assim, está correto
Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Mas não é incoerente
É assim que a gente fala
Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bala é Confeito
Rir de alguém é Mangar

Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Inxirir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E a caxumba é Papeira
Longe é o Fim do Mundo
E garganta aqui é Goela
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo

Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar
Homem rico é Estribado
Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado
Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente de casa é Terreiro

Dar volta é Arrudiar
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado
É assim que a gente fala
Aqui valer é Vogar
E quem não paga é Xexeiro
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar

Um rastro é Pisunhada
A buchuda é Amojada
E pão-duro é Amarrado
Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
E com medo é Acuado
Tocar em algo é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar

Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada
Alguém sortudo é Cagado
Capotagem é Cangapé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado

A sandália é Percata
Uma correia, Arriata
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala
Perdeu a cor é Bufento
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento

Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é pra negação
Nas costas, é na Cacunda
Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota

Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha
Não concordo, é Pois Sim
Tô às ordens é Pois Não
Beco ao lado é Oitão
A corrente é Trancilim

Ou Volta, sem o pingente
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmintir
É assim que a gente fala
A cachaça é Meropéia
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia

A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando
E quem namora Chumbrega
Coceira na pele é Xanha
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha

Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Infezado
Estilingue é Balieira
Uma prostituta é Quenga
Cabra medroso é Molenga
Um baba ovo é Chaleira

Opinar é Dar Pitaco
Axilas é Suvaco
E cabra ruim é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala
Lugar longe aqui é Brenha
Conversa besta, Arisia
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha

O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçuleta
Ficar cheirando é Fungar
A clavícula aqui é Pá
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá

Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic nervoso é Munganga
Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Nosso lombo é Ispinhaço
Faltar aula é Gazear

Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Ingembrado
É assim que a gente fala
Um afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Pra perguntar como, é Cuma
E bicho gordo é Cevado

A calça curta é Coronha
Um cabra leso é Pamonha
E manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim
Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia
Tudo que sobra, é Bóia
E muita gente é Cambada

O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Ter um azar é Quizila
A bola de gude é Bila
Sofrer de amor, Roer Unha
Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xôxo
Quem é medroso é um Frouxo
E comprimido é Cachete

Sujeira em olho é Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca
É assim que a gente fala
Pra dizer ponto final
A gente só diz: E Priu
Pra chamar é Dando Siu
Sem falar, Fica de Mal

Separar é Apartá
Desviar é Ataiá
E pra desmentir é Nego
Quem está desnorteado
Aqui se diz Ariado
E complicado é Nó Cego
Coisa fácil é Fichinha
Dose de cana é Lapada
Empurrão é Dá Peitada
E o banheiro é Casinha

Tudo pequeno é Cotoco
Vigi! Quer dizer, por pouco
Desde o tempo da senzala
Nessa terra nordestina
Seu menino, essa menina!
É assim que a gente fala.

Vem sob a forma de cordel, em idioma nordestinês.
Eles pertencem a Ismael Gaião da Costa, nascido na capital pernambucana, engenheiro agrônomo, que já publicou 20 cordéis e diversas poesias. Contatos pelo endereço eletrônico:
http://recantodasletras.uol.com.br/cordel/1496943

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Josue Ramiro in Versus: Tenra chuva a cair No sertão nordestino Um povo an...

Josue Ramiro in Versus: Tenra chuva a cair
No sertão nordestino
Um povo an...
: Tenra chuva a cair No sertão nordestino Um povo animado Olha o ceu mais consolado Enaltecendo o criador É uma dádiva dos ceus Parecend...
Tenra chuva a cair
No sertão nordestino
Um povo animado
Olha o ceu mais consolado
Enaltecendo o criador
É uma dádiva dos ceus
Parecendo que o adeus
Agora vai se adiar
Suavizando martírios e dor
Obrigado!
Abrem-se folhas e galhos
Asas de pássaros pirralhos
Louvando a Deus pai, criador!
E a íngreme terra tosada
Aos olhos dessa gente
Maltratada
Parece querer florescer
Então
Nesse momento meu povo
Maravilhado com esse encanto
Unindo-se a um só canto
Reza...
Pois vai sobreviver!